A história do cooperativismo no Brasil e no mundo

A história do cooperativismo no Brasil e no mundo

Os ideais cooperativistas existem desde o princípio da humanidade, por se pautarem em princípios de igualdade e justiça já observados em épocas primitivas. A ideia de dividir a produção e a colheita de bens de consumo, como alimentos e vestimentas, sempre foi defendida na sociedade.

Há, também, a defesa dos padres jesuítas como precursores da cultura cooperativista no Brasil, por sua atuação baseada em valores morais e éticos.

Em momentos de maior dificuldade e desafios, esses ideais costumam ganhar ainda mais força, com a união de grupos como solução para seu fortalecimento social e econômico. Foi nesse contexto que o cooperativismo surgiu como um movimento oficial, logo após o início da Revolução Industrial.

O surgimento do movimento cooperativista

O cooperativismo aparece em 1844 como uma resposta ao aumento do desemprego, à exploração do trabalho e à redução dos salários pagos por empresas europeias aos trabalhadores da cidade de Rochdale-Manchester, no interior da Inglaterra.

Nessas condições, as pessoas não conseguiam comprar alimentos e sustentar suas famílias. Cerca de 30 pioneiros decidiram, então, fundar seu próprio armazém e nomearam a ideia como “Sociedade dos Probos de Rochdale”. A ideia era comprar alimentos em grande quantidade – obtendo, assim, um valor mais justo – e redistribuir de forma igualitária a todos os colaboradores do grupo.

Apenas quatro anos após sua criação, a primeira cooperativa moderna já contava com 140 membros. Em 1856 possuíam um capital social de 152 mil libras e mais de três mil sócios. De lá pra cá, o cooperativismo se expandiu e conquistou o mundo todo com a busca por desenvolvimento social e econômico com base em valores como a solidariedade, a honestidade e a transparência.

O cooperativismo no Brasil

É difícil afirmar com certeza qual foi a primeira cooperativa fundada no Brasil. Alguns registros apontam o início do movimento em 1889, no estado de Minas Gerais, com a criação da Cooperativa Econômica dos Funcionários Públicos de Ouro Preto, onde o foco era a mineração e a produção agrícola.

Outros estudos apontam a Cooperativa de Consumo dos Empregados da Companhia Paulista, em São Paulo, como a primeira a ser oficializada, em 1887. Seja qual for a origem, essa cultura se espalhou rapidamente pelo país apenas alguns anos após a criação da sociedade inglesa.

A primeira cooperativa de crédito da América Latina

A Sicredi Pioneira foi a primeira cooperativa de crédito da América Latina, fundada pelo padre suíço Theodor Amstad em 1902, no Rio Grande do Sul. Até então, a cidade de Nova Petrópolis não tinha bancos e a cooperativa foi a solução do padre para ajudar os moradores. Com mais de 120 anos, a instituição financeira continua em funcionamento!

Atualmente, depois de expandir suas soluções para o país inteiro, o Sicredi é formado por 5,5 milhões de associados que compartilham dos mesmos ideais e princípios cooperativistas que deram origem ao sistema. São mais de 2.200 agências distribuídas em 26 estados e no Distrito Federal.

O desenvolvimento do cooperativismo brasileiro

O movimento seguia um modelo autônomo e democrático, sem depender de especuladores. No entanto, começava a fazer falta a criação de uma entidade oficial que unisse e representasse todas as cooperativas. 

Apesar do rápido crescimento, faltava educação e conhecimento sobre a cultura cooperativista. As informações eram transmitidas sem registros e regulamentação.

Foi então que, em 2 de dezembro de 1969, surgiu a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), a única sociedade civil e sem fins lucrativos, com neutralidade política e religiosa, que representa os interesses do cooperativismo nacional.

Em 1988 a Constituição proibiu legalmente a interferência do Estado nas associações cooperativistas, garantindo de uma vez por todas a autogestão do movimento. Nos anos 90, o sistema ganhou mais espaço como uma solução viável para diversos desafios socioeconômicos.

A criação do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) em 1998 contribuiu para o fortalecimento da comunidade cooperativista por meio da educação e da profissionalização de associados e colaboradores de todo o país. Já a representação sindical surgiu em 2005, com a Confederação Nacional das Cooperativas (CNCoop) completando o sistema da OCB.

O futuro do cooperativismo

O cooperativismo de crédito sempre foi muito mais do que um sistema financeiro. Suas origens em princípios de igualdade e justiça sempre buscaram a construção de uma sociedade mais próspera para todos e todas.

No entanto, um dos principais desafios atuais é fazer com que as pessoas tenham a real dimensão do movimento e sua relevância para o futuro da humanidade e do planeta.

Com valores alinhados a importantes pautas do século XXI, como a redução das desigualdades sociais e a sustentabilidade ambiental, o cooperativismo procura se difundir e fortalecer ainda mais para construir um mundo melhor para as próximas gerações.

O Sicredi União PR/SP celebra as nossas raízes e renova o compromisso em participar ativamente da transformação do mundo, começando com ações locais que geram grande impacto nas comunidades. Seguimos juntos(as)!

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Nerau