Melhoramento genético na agricultura: entenda como funciona
A ciência tem sido uma das maiores aliadas dos produtores agrícolas. Graças aos avanços em relação à genética e à tecnologia, todos os dias são criados novos recursos para melhorar a produtividade e a qualidade dos alimentos no campo, de forma que eles possam chegar na mesa de ainda mais pessoas.
É a partir dessas premissas que surge o conceito de melhoramento genético na agricultura. Embora esse campo de estudos exista desde meados do século 19, nos últimos anos, os cientistas têm se dedicado a buscar novas aplicações práticas.
Quer entender melhor esse assunto? Continue a leitura para saber mais detalhes sobre o melhoramento genético de plantas e como ele pode facilitar a vida do produtor!
O que é melhoramento genético?
A genética como ciência surgiu por volta do ano 1866, quando o monge e biólogo Gregor Mendel estudou os padrões de hereditariedade por meio de suas pesquisas e observações com culturas de ervilha.
Sua obra comprovou que era possível selecionar determinados genes nas plantas que essas características fossem transmitidas de uma geração para outra – mesmo que esse fosse um processo demorado.
O melhoramento genético surge a partir dessa premissa, e tem como objetivo selecionar genes que sejam favoráveis nas plantas, como a maior produtividade, a resistência a pragas e a adaptabilidade de acordo com condições climáticas e geológicas.
Dessa forma, é possível gerar mais produtos, com maior valor nutricional, em menos tempo e até mesmo em locais em que o solo ou o clima não colaboram para essa produtividade. Como consequência, os alimentos chegam à mesa de mais pessoas durante o ano todo.
Uma curiosidade é que o ser humano pratica formas de melhoramento genético na agricultura de forma intuitiva há pelo menos 10 mil anos. Isso porque era necessário plantar frutas e legumes que fossem mais saborosos e suculentos, que fornecessem maior sustento.
Dessa forma, sempre que chegava o momento de replantar um alimento, eram escolhidas mudas a partir de plantas que fossem mais abundantes e tivessem qualidades.
Desafios para o futuro do melhoramento genético
Atualmente, o melhoramento genético é parte essencial das estratégias para o futuro da agricultura. Isso porque alguns dos desafios encontrados pelos produtores podem ser amenizados ou até solucionados com o auxílio dessas técnicas.
Os esforços estão justamente em gerar uma produção maior em uma área reduzida, já que em muitos lugares, não há condições para cultivo, e em outros, seria necessário causar grandes desmatamentos para criar novas plantações.
Graças às mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global, é necessário gerar plantas mais resistentes, e que tenham mais tolerância seja ao calor ou ao frio, de forma que a mudança nas temperaturas não altere a produtividade.
Por fim, pesquisadores também têm feito estudos para gerar plantas que otimizem água, um recurso escasso e que pode estar cada vez mais em falta nos próximos anos.
Como é feito o melhoramento genético na agricultura?
Para realizar o melhoramento genético, pesquisadores cruzam os genes de dois organismos de uma mesma espécie para gerar um produto que tenha as características e atributos de ambos.
Calcula-se que boa parte das frutas e vegetais encontradas nas feiras e mercados já passaram por esse processo – basta observar que muitas delas são oferecidas durante o ano todo, mesmo fora do seu período agrícola.
Entretanto, para ilustrar bem essa questão, podemos citar a melancia e a uva sem sementes, que hoje já são muito difundidas, e são fruto de cruzamentos genéticos.
Outro procedimento muito difundido é a biofortificação de alimentos. Trata-se de uma técnica de melhoramento genético que tem como objetivo aumentar os teores de vitaminas e nutrientes. Isso é feito em casos em que determinadas populações enfrentam problemas de desnutrição, como forma de promover mais saúde por meio dos alimentos que elas consumirão.
Melhoramento genético ou transgenia?
Uma dúvida muito frequente entre os produtores rurais diz respeito às diferenças entre melhoramento genético e transgenia. Isso porque, em ambos os métodos, é feito o cruzamento de genes para obter um produto de melhor qualidade.
Ao contrário do melhoramento genético, entretanto, os transgênicos são criados a partir do cruzamento de organismos diferentes. Podemos exemplificar essa técnica citando as plantações de soja e milho, nas quais são implantados genes de outras plantas para torná-las mais resistentes a pragas e doenças.
Benefícios do melhoramento genético para o produtor
O agricultor pode ter muitos benefícios ao trabalhar com espécies geneticamente melhoradas. Como mencionamos anteriormente, os alimentos gerados por esse método costumam ser mais saborosos, atraentes e até mesmo adaptados às demandas do consumidor, como as espécies sem sementes.
Além disso, esses produtos podem ter um prazo de validade prolongado e maior qualidade nutricional. Para o produtor, isso pode resultar em mais satisfação por parte do público.
Já no que diz respeito à agricultura em si, o melhoramento genético também pode proporcionar benefícios. Os cultivares têm mais resistência a pragas e insetos, e por isso, demandam menos utilização de veneno e pesticidas (e consequentemente, as chances de contaminação). Por fim, as plantas podem ser mais numerosas e possuem maior capacidade de se autofecundar.
O melhoramento genético na agricultura tem sido pivô de muitos avanços no setor. Com o auxílio e o avanço dessa biotecnologia, é possível propor formas de aumentar produtividade no campo e fazer com que alimentos de qualidade cheguem à mesa de cada vez mais gente.
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