Tesouro direto em baixa: motivos para não investir agora
As movimentações do mercado financeiro em 2020 culminaram para o Tesouro Direto em baixa, uma realidade verificada desde fevereiro do ano passado. Afinal, em um período de tantas mudanças, a economia também sofreu modificações.
Criado em 2002, o Tesouro Direto é considerado um dos programas de investimento mais seguros entre os desenvolvidos pelo Tesouro Nacional. O principal propósito é a venda de títulos públicos federais para pessoas físicas de forma online.
Até 2020, o programa era uma boa forma de investir, visto que oferece diferentes tipos de rentabilidade (como a prefixada, a ligada à variação da inflação e ainda a relacionada à taxa básica de juros da economia, a Selic).
No entanto, há alguns meses, a queda das ações do programa tem chamado a atenção das pessoas e deixando-as receosas em relação aos investimentos. Por isso, para entender melhor o que está acontecendo com o Tesouro Direto, continue a leitura do texto!
Motivos para a queda do Tesouro Direto
As razões que compõem o porquê o Tesouro Direto está caindo não são inúmeras, porém, as existentes são importantes. A primeira delas surgiu em fevereiro, quando o Banco Central tornou a Selic baixa em 0,25 ponto porcentual, de forma que a taxa passou de 4,5% para 4,25%.
Depois disso, os cortes da taxa básica de juros se tornaram mais constantes, de forma que, em dezembro, a Selic foi reduzida para 2%.
Como a taxa está diretamente vinculada com a rentabilidade dos investidores, sua diminuição influencia no porque o dinheiro diminui no Tesouro Direto. Afinal, com menos juros, menor será o valor de retorno.
Além dos títulos do Tesouro Direto, poupanças, investimentos em Renda Fixa atrelados à Selic e ao CDB podem pagar menos do que antes.
Outra explicação, que está vinculada, inclusive, à baixa da Selic, é o avanço da pandemia ao redor do mundo. Depois de um ano, os números de contaminados permanecem elevados, o que gera um cenário de incertezas ao redor do globo.
Logo, a economia e os investimentos de todo o mundo passam a ser melhor avaliados antes de serem, de fato, feitos. Afinal, a sustentabilidade financeira é o objetivo principal de muitos países.
Por que o Tesouro Direto não é uma opção de investimento no momento?
A queda da Selic é a principal razão pela qual o Tesouro Direto não é um bom investimento. O valor aplicado não irá gerar um resultado interessante no momento e você pode não ter um retorno tão interessante como esperava no curto prazo.
Logo, entender o resultado dos movimentos da Selic pode ser uma boa alternativa para ilustrar a relação da taxa com o dinheiro dos investidores.
Relação entre a Selic e o dinheiro investido
Quando a Selic diminui — fato que está acontecendo —, os créditos tendem a ficar mais acessíveis, afinal, os bancos costumam baixar as taxas de juros. No entanto, a inflação pode subir e os preços acompanham essa movimentação. Por isso, o rendimento para os investidores não é tão significativo.
Já quando a Selic aumenta, a inflação é controlada, e os preços costumam baixar ou, pelo menos, ficar estáveis. Os juros, por sua vez, aumentam, e os rendimentos dos investidores também.
Logo, a dica para quem quer investir no Tesouro Direto graças à sua segurança é acompanhar a taxa básica de juros nos próximos meses. Com o fim da pandemia, é esperado que ela aumente, e é nesse momento que você deve aplicar seu dinheiro.
Onde investir com Selic baixa?
Com a queda da Selic e o Tesouro Direto em baixa, encontrar outros investimentos para aplicar é uma forma de continuar recebendo rendimentos. Conheça outros programas que podem ser interessantes:
Reservas de emergência
A reserva de emergência é uma aplicação mais conservadora e que oferece o dinheiro para o investidor quando imprevistos acontecem. Como a queda da Selic afeta, principalmente, investimentos com componente prefixado, as reservas de emergência tendem a não sofrer alterações de preço para baixo — e nem para cima.
É válido destacar, todavia, que as reservas de emergência possuem baixíssima rentabilidade. Por outro lado, proporcionam segurança e liquidez.
Aplicações de médio prazo
Uma boa ideia antes de começar a investir é realizar um planejamento financeiro, a fim de entender quais são seus objetivos, em quanto tempo pretende utilizar seu rendimento e quanto risco está apto a correr ao aplicar seu dinheiro.
Se, após esse levantamento, você perceber que pode fazer aplicações em um programa de médio prazo, essa é uma boa opção para momentos em que a Selic está baixa e o Tesouro Direto não é a melhor opção.
Na hora de investir, opte por programas como Tesouro IPCA +, visto que o papel é corrigido pela inflação e tende a possuir taxas bem atraentes.
Aplicações com juros semestrais
Existem dois títulos indexados ao IPCA: os papéis que pagam os juros a cada seis meses e os que só permitem o saque total após o prazo do investimento ser finalizado.
Em tempos de Selic baixa, prefira investir em títulos que pagam os juros semestralmente. Por mais que o rendimento seja consideravelmente menor, você consegue observar uma movimentação na sua aplicação, o que dá mais segurança.
Aplicações de longo prazo
Para quem pode investir a longo prazo, essa é uma opção quando a Selic diminui. O lado negativo dessa escolha é que ela levará mais tempo para resultar em rendimento e, de quebra, é mais arriscada.
Os fundos de ações e os Exchange Traded Funds (ETF) são boas escolhas na hora de aplicar a longo prazo. Apenas faça um bom planejamento financeiro antes de fazer isso, para evitar prejuízos.
Simulador de Tesouro Direto
Caso você queira investir no Tesouro Direto, a dica, como já comentado, é permanecer estudando a movimentação da Selic até que ela volte a aumentar.
Outra ideia é simular o Tesouro Direto. No site da Sicredi União PR/SP, você encontra uma ferramenta para fazer isso. Dessa forma, consegue tomar ações mais assertivas e orientadas por projeções coerentes.
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